NATURE -- Vale da Morte, EUA

Vale da Morte, EUA

Informação retida de sites da Internet e do programa "Assim Se Fez a Terra: O Vale da Morte" do canal História. Obrigada.

 
Vale da Morte
Além deste ser um lugar de beleza incomparável, o Vale da Morte, situado no leste da Califórnia, no Deserto de Mojave, é a área mais baixa e seca da América do Norte. Além disto, detém o recorde de temperatura mais alta na Terra (56º,7).
  Este local é conhecido pelos mistérios que engloba e o interesse geológico que tem. Rochas que parecem mover-se sozinhas e crusta muito mais fina que em qualquer outro lugar no planeta.
  Está situado no maior parque nacional dos estados do sul e é rodeado por picos montanhosos. Com uma extensão de 225km e uma largura de 25km, este é um dos locais mais inóspitos que a Terra nos apresenta.
  Quando observado do ponto de vista geológico, é possível ver uma batalha de processos que ocorrem tanto à superfície da Terra como em profundidade, e estes processos deixaram marcas gravadas nas rochas.
  No local mais remoto do Vale da Morte, as colinas de Alexandre, foi encontrado calcário que nos diz que este já foi ocupado por água. Fósseis marinhos, como algas (estromatolitos), vieram comprovar esta teoria. Seria um mar pouco profundo, como apresenta, atualmente, o das Bahamas. Mas como desapareceu?
  Foi encontrado também granito, que é uma rocha proveniente do magma (lava), que prova que os mares não secaram, eles foram empurrados por vulcões. Descobriu-se que uma antiga placa oceânica afundou (zona de subducção) sob a placa norte-americana há cerca de 100 milhões de anos e fez a terra ascender. O calor da colisão alimentou uma cadeia costeira fazendo com que os vulcões entrassem em erupção e fizessem recuar os mares.
  Depois surge o mistério do porquê das elevadas cadeias montanhosas terem desaparecido. Estas abateram abaixo do nível médio das águas do mar, contudo à volta ainda se erguem picos. Em algumas montanhas é possível observar as camadas de rochas (estratos) horizontalmente, porém noutras estas estão quase verticais.
  A meio do Vale da Morte existe uma falha que se moveu cerca de 215m em 100 mil anos, cerca de 30cm por milhar de anos. Embora possa parecer pouco, se pensarmos em grande escala, é um grande movimento.
  Foram descobertas pedras de carapaça de tartaruga que parecem ter sido deformadas, como se pegássemos num pedaço de plástico, o aquecessemos e dobrássemos. Estas pedras formaram-se no interior da crusta (16km) a temperaturas e pressões muito elevadas, e desde então foram trazidas para a superfície por uma força interior avassaladora, que distendeu-as como caramelo quente à medida que o Vale da Morte se formava. As elevadas montanhas foram lentamente desagregadas e inclinadas para baixo.
  Gradualmente, à medida que a crusta subjacente se tornava mais fina, formou-se uma bacia profunda entre as montanhas. Através de ondas sísmicas descobriu-se que aqui a crusta só tem 25km de espessura.
  A deformação iniciou-se há 13 milhões de anos, mas o vale moderno só tem 3,4 milhões de anos, no máximo. No entanto, este processo está longe de estar acabado. 
Badwater
Em Badwater, os cientistas encontraram provas irrefutáveis de que o solo afunda cerca de 2,5mm por ano. A deposição de sedimentos ocorre a uma velocidade inferior à do afundamento.
    Mas este afundamento é apenas parte da história do Vale da Morte. Os cientistas "ainda" precisam de descobrir como um lugar tão quente foi moldado por gelo em movimento.
 A prova que nos diz o que aconteceu depois é um mineral pouco conhecido mas muito valorizado, o bórax. Este prova que o vale foi inundado por águas doces provenientes dos glaciares da Idade do Gelo que começaram a derreter há cerca de 200 mil anos. Um lago estendeu-se ao longo da base e o bórax foi trazido pela águas que o "retirou" das rochas e o transportou para a bacia.
  Uma colina de sedimentos diz também que a direção que o lago tomava era da direita para a esquerda. O lago, chamado Menley, ocuparia 1550km2 e teria 135m de profundidade.
  No Campo de Golfe do Diabo, aqui até o som é misterioso. Ouve-se um estalido ténue, porque o sol suga todas as gotas de água que existem no solo ressequido. A superfície, aqui, é formada por cristais de sal grosseiros, trazidos aquando do boráx e nas mesmas circunstâncias, que distendem e contraem fazendo o estalido.
  O Vale da Morte é tão quente e seco porque aí ocorre um efeito chamado sombra de chuva, ou seja, o vale tem à sua volta três cadeias montanhosas e cada uma delas retira um pouco mais de humidade às nuvens que vêm do Oceano Pacífico. Em adição a isto, o ar quente fica retido pelas mesmas montanhas. A imensa evaporação e ínfima precipitação explicam o facto de o lago ter desaparecido tão rapidamente.
Lá existe também o Canyon Mosaico que parece talhado por água, isto é, por cheias relâmpago que transformam a paisagem. Calhaus gigantes estão colados às vertentes elevadas do Canyon, ilustrando o poder destas cheias relâmpago no deserto. As paredes lisas do Canyon Mosaico mostram como a lama seca pode afetar a "moldagem" do vale.
Pedras que deslizam
    A última curiosidade é as rochas que parecem andar sozinhas em Racetrack. Esta bacia de um lago ressequido com apenas 4km de comprimento e 1,5km de largura é cenário de um dos acontecimentos mais intrigantes do vale, as pedras que deslizam. Explicação: a água transforma o solo e fá-lo ficar sem fricção e o vento atinge velocidades enormes. Com muito vento e solo sem fricção é fácil fazer deslizar rochas com 350kg. Ainda ninguém as viu mexer, porém a melhor estimativa de velocidade é 5 a 6,5km/h.
Vany Sampayo

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